Jack o Estripador (Jack the Ripper) foi o pseudônimo dado a um assassino em série não-identificado que agiu no miserável bairro de Whitechapel em Londres na segunda metade de 1888. O nome foi tirado de uma carta enviada por alguém que dizia ser o assassino, publicada nos jornais na época dos crimes. Embora diversas teorias tenham surgido desde então, a identidade de Jack o Estripador nunca pôde ser determinada.
As lendas envolvendo seus crimes tornaram-se um emaranhado complexo de verdadeiras pesquisas históricas, dando combustível a teorias conspiratórias e folclores duvidosos. A identidade não confirmada do assassino fez com que vários comentaristas, historiadores e leigos apontassem seus respectivos dedos na direção de vários suspeitos. Os jornais (cuja circulação crescia consideravelmente durante aquela época) deram ampla cobertura ao caso devido à natureza selvagem dos crimes e ao fracasso da polícia de efetuar a captura do criminoso, que tornou-se notório justamente por conseguir escapar impune.
Suas vítimas eram mulheres que ganhavam a vida como prostitutas. Os assassinatos típicos do Estripador eram cometidos em locais públicos e semi-desertos; a garganta da vítima era cortada, e depois o cadáver submetido a mutilações no abdômen ou em outras partes corporais. Muitos acreditam que as vítimas eram primeiro estranguladas, para evitar barulhos. Devido à natureza dos ferimentos em algumas dessas supostas vítimas, muitas delas com os órgãos internos removidos, especula-se que o assassino tinha algum conhecimento médico ou cirúrgico, ou que até mesmo fosse um açougueiro, embora este ponto, assim como na maioria das suposições sobre o criminoso e os fatos que o circundam, seja uma questão controversa.
As Vítimas
O número e os nomes das vítimas do Estripador são assunto de um amplo debate, mas a lista mais aceita é a chamada de “as cinco canônicas”. Inclui as seguintes prostitutas (ou supostas prostitutas, no caso de Eddowe) que viviam no East End de Londres:
Mary Ann Nichols (nome de solteira: Mary Ann Walker; apelido: Polly), nascida em 26 de agosto de 1845 e morta em 31 de agosto de 1888, uma sexta-feira. O corpo de Nichols foi descoberto aproximadamente às 3:40 da madrugada no terreno em frente à entrada de um estábulo em Buck’s Row (hoje Durward Street).
Annie Chapman (nome de solteira: Eliza Ann Smith; apelido: Dark Annie), nascida em setembro de 1841 e morta em 8 de setembro de 1888, um sábado. O corpo de Chapman foi descoberto aproximadamente às 6:00 da manhã no quintal de uma casa em Hanbury Street, Spitafields.
Elizabeth Stride (nome de solteira: Elisabeth Gustafsdotter; apelido: Long Liz), nascida na Suécia em 27 de novembro de 1843 e morta em 30 de setembro de 1888, um domingo. O corpo de Stride foi descoberto perto da 1:00 da madrugada, no chão da Dutfield’s Yard, na Berner Street (hoje Henriques Street), em Whitechapel.
Catherine Eddowes (usava os nomes “Kate Conway” e “Mary Ann Kelly”, com os sobrenomes tirados de seus dois ex-maridos, Thomas Conway e John Kelly), nascida em 14 de abril de 1842 e morta em 30 de setembro de 1888, no mesmo dia da vítima anterior, Elizabeth Stride. Estudiosos do caso se referem ao episódio como o “evento duplo”. Seu corpo foi encontrado na Mitre Square, na Cidade de Londres.
Mary Jane Kelly (passou a usar o nome “Marie Jeanette Kelly” depois de uma viagem a Paris; apelido:Ginger), supostamente nascida na Irlanda em 1863 e morta em 9 de novembro de 1888, uma sexta-feira. O corpo terrivelmente mutilado de Kelly foi descoberto pouco depois das 10:45 da manhã, deitado na cama do quarto onde ela vivia na Dorset Street, em Spitalfields.
Os cinco assassinatos citados foram geralmente cometidos na escuridão, nas últimas horas da madrugada e sempre perto ou do final do mês ou de uma semana. Ainda assim cada caso diferia deste padrão de alguma maneira. Além das diferenças já citadas, Eddowes foi a única a ser assassinada na cidade de Londres, embora próxima ao limites de Whitechapel. Nichols foi a única vítima encontrada em rua aberta, entretanto escura e deserta. Chapman, encontrada em um quintal, foi a única assassinada à luz do dia.
A principal dificuldade em definir quem foi ou não uma vítima do Estripador foi o fato de ocorrer um número espantoso de ataques contra mulheres naquela mesma época. A maioria dos especialistas apontam o corte profundo na garganta, a mutilação do abdômen e dos genitais da vítima, a remoção de órgãos internos e as progressivas mutilações faciais como sendo marcas registradas do Estripador.
As Cartas
Durante o curso dos assassinatos, a polícia e os jornais receberam centenas de cartas sobre o caso. Algumas eram de pessoas bem-intencionadas oferecendo informações para a captura do criminoso; a maioria delas, entretanto, foram consideradas inúteis, e posteriormente ignoradas.
Talvez o mais interessante foram as diversas mensagens que conclamavam terem sido escritas pelo assassino (o apelido “Jack o Estripador” foi cunhado a partir de uma dessas mensagens); a grande maioria não passava de falsificações. Muitos especialistas afirmam que nenhuma delas era verdadeira, mas entre as citadas como provavelmente genuínas, tanto por autoridades da época quanto atuais, três em particular se destacam:
* A carta ao “Caro Chefe”, datada de 25 de setembro. Carimbada pelo correio e recebida em 27 de setembro de 1888 pela Agência Central de Notícias, foi encaminhada à Scotland Yard em 29 de setembro. Inicialmente foi considerada uma farsa, mas quando o corpo de Eddowes foi encontrado com um ferimento na orelha, a promessa da carta de “arrancar as orelhas das senhoritas” ganhou notoriedade. A polícia publicou-a em 1 de outubro esperando que alguém reconhecesse a grafia, não obtendo resultados. O nome “Jack o Estripador” foi usado pela primeira vez nesta mensagem, tornando-se conhecido mundialmente depois de sua publicação. A maioria das cartas seguintes copiavam o tom desta. Após o fim dos assassinatos, os oficiais de polícia afirmaram que a carta era uma falsificação feita por um jornalista local.
* O cartão-postal do “Insolente Jack” , carimbado e recebido em 1 de outubro de 1888 pela Agência Central de Notícias, tinha um estilo similiar à carta “Caro Chefe”. Ele menciona que duas das vítimas – Stride e Eddowes – foram assassinadas num intervalo de poucas horas: “evento duplo desta vez”. Foi discutido que a carta teria sido mandada antes da divulgação dos assassinatos, fazendo pouco provável a hipótese de que um farsante teria tais conhecimentos do crime (embora ela tenha sido carimbada pelo correio mais de 24 horas depois do ocorrido, bem depois de os detalhes já serem conhecidos pelos jornalistas e moradores da área). Os oficiais de polícia afirmaram depois ter identificado o jornalista que foi o autor tanto desta quanto da carta anterior.
* A carta “Do Inferno”, carimbada em 15 de outubro e recebida por George Lusk, do Comitê de Vigilância de Whitechapel, em 16 de outubro de 1888. Lusk abriu uma pequena caixa e encontrou a metade de um rim humano, mais tarde confirmado por um médico como tendo sido conservado nos “espíritos do vinho” (álcool etílico). Um dos rins de Eddowes fora retirado pelo assassino, e um médico afirmou que o órgão mandado para Lusk era “bastante similar àquele removido de Catherine Eddowes”, embora suas descobertas tenham sido inconclusivas. O autor da carta afirmava ter “fritado e comido” a metade ausente do rim.
Algumas fontes citam outra carta, datada de 17 de setembro de 1888 como a primeira mensagem a usar o nome de Jack o Estripador. Especialistas acreditam que esta é uma falsificação atual inserida nos arquivos da polícia muito tempo depois dos assassinatos ocorrerem. Eles notaram que a carta não traz nem o selo oficial da polícia, que confirmaria a data em que ela foi recebida, nem as iniciais do investigador que teria examinado-a se aquela fosse mesmo uma evidência em potencial; ela também não é mencionada em nenhum documento oficial da época, e algumas das pessoas que tiveram a carta em mãos afirmam que ela foi escrita com uma caneta esferográfica, que só seria inventanda pelo menos cinquenta anos depois dos crimes do Estripador.
A Pichação na Rua Goulston
Depois do “evento duplo” na madrugada de 30 de setembro, a polícia vasculhou a área em torno da cena do crime na tentativa de localizar suspeitos, testemunhas ou alguma evidência. Aproximadamente às 3:00 da madrugada, o agente Alfred Long descobriu uma peça de roupa ensanguentada perto de um sobrado na Gouldon Street. A peça seria posteriormente confirmada como sendo um avental pertencente à Eddowes.
Havia uma pichação feita a giz na parede em frente ao local onde o avental fora encontrado. Não se sabe ao certo o que estava escrito porque alguns oficiais de polícia relatam que a inscrição era “The Juwes are the men That Will not be Blamed for nothing” (Os Juwes são os homens que não levarão a culpa sem motivo), enquanto outros relembraram a mensagem de forma diferente: “The Juwes are not The men That Will be Blamed for nothing” (Os Juwes não são os homens que levarão a culpa sem motivo). A dúvida nunca foi sanada porque a inscrição foi apagada sem ao menos ser fotografada.
O Superintendente de Polícia Thomas Arnold viu a pichação ao visitar o local e ordenou que fosse removida. Não se sabe se Arnold acreditava que “Juwes” fosse o mesmo que “Jews” (judeus) grafado de forma errada pelo assassino, ou se ele próprio não percebeu que se tratava de uma palavra diferente. Ele temia que com o nascer do sol e o começo do expediente comercial a mensagem seria vista e o sentimento anti-semita, já então amplamente aflorado, aumentasse ainda mais entre a população. Desde o assassinato de Nichols, rumores começaram a circular no East End sobre os crimes serem de autoria de um judeu chamado Avental-de-Couro. A tensão religiosa já se encontrava em níveis insuportáveis, tendo ocorrido inclusive alguns confrontos.
Enquanto o grafite foi encontrado no território da Polícia Metropolitana, o avental era de uma vítima assassinada na cidade de Londres, que possuía uma força policial em separado.
A decisão de Arnold foi equivocada porque qualquer judeu que conseguisse escrever corretamente o resto da frase, saberia com certeza também escrever corretamente o nome de seu povo. Estudiosos do caso hoje em dia levantam a hipótese de que “Juwes” na verdade seriam os maçons.
A Mídia
Alguns acreditam que o apelido do assassino foi inventado por jornaleiros, na esperança de que uma história mais interessante aumentasse suas vendas. A prática tornar-se-ia um costume ao redor do mundo, com inúmeros criminosos apelidados e tornados famosos pela imprensa.
Mas os assassinatos do Estripador marcaram uma etapa importante na vida moderna britânica. Embora não tenha sido o primeiro assassino em série, Jack o Estripador foi o primeiro a criar um frenesi mundial da mídia em torno de seus crimes. O surgimento em massa de jornais baratos na Inglaterra a partir de 1855 fez do Estripador o beneficiário de uma publicidade até então sem precedentes. Isto, combinado ao fato de ninguém ter sido acusado formalmente pelos assassinatos, criou uma mitologia investigativa que eclipsaria completamente outros criminosos do tipo que surgiram mais tarde.
Os miseráveis do East End eram há muito ignorados pela influente sociedade, mas a natureza dos crimes e de suas vítimas forçosamente chamou atenção para as condições em que viviam. Esta atenção significou que os reformistas sociais da época finalmente puderam ser ouvidos pelas classes altas, convencendo-as de que algo deveria ser feito para ajudar os pobres. Uma carta de George Bernard Shaw para o Star trazia comentários sarcásticos sobre o interesse repentino da imprensa pelo assunto:
“Enquanto nós Democratas Sociais perdemos nosso tempo com educação, agitação e organização, algum gênio independente tomou a questão em suas próprias mãos, e simplesmente por matar e esquartejar quatro mulheres, converteu a imprensa capitalista numa espécime inepta de comunista”. |
Suspeitos
Ao longo da história muitos foram apontados como suspeitos tanto pela polícia como por historiadores investigadores, porém até hoje nada foi comprovado oficialmente:
Suspeitos pela polícia da época
Montague John Druitt (1857-1888) – De origem burguesa, Montagne John Druitt nasceu em 1857. Extremamente inteligente, obteve uma bolsa de estudos no Winchester College e, depois, em Oxford. Era um estudante brilhante, popular entre os colegas, pratica remo e críquete. Em 1880, Druitt se forma, mas sua vida começa a ficar complicada. Ele inicia o curso de Direito, mas abandona a escola. Entra para a faculdade de Medicina, desiste do curso e retoma o de Direito. Trabalha numa escola para sobreviver. Em 1888, é despedido.
Druitt sentia que estava ficando louco como a mãe, internada para sempre num hospital psiquiátrico. Druitt foi visto pela última vez em 3 de dezembro de 1888, e seu corpo foi resgatado do Tâmisa, próximo a Londres, no dia 31. Os bolsos estavam cheios de pedras. A morte de Druitt coincide com o fim da onda de crimes, mas o fato de que jogava críquete em Blackheath na manhã da descoberta dos corpos de Mary Chapman e de Polly Nichols seria suficiente para inocentá-lo. Em março de 1889, os policiais garantem a um membro do comitê de vigilância que reclama da redução das rondas, que Jack, o Estripador, estava morto. Segundo a polícia, o fato não fora divulgado para poupar a mãe do criminoso, que estava internada.
Seweryn K?osowski – Conhecido também como George Chapman e de origem polonesa, era proprietário de um salão de cabeleireiros a alguns metros do local onde Martha Tabram foi assassinada. K?osowski é parecido com o homem visto com Mary Kelly. Além disso, algumas das cartas assinadas por Jack, o Estripador, contêm expressões idiomáticas americanas, e K?osowski morou durante dois anos nos Estados Unidos.
Agressivo, vivia em Londres na época e provavelmente tinha conhecimentos médicos. Era um dos principais suspeitos do Inspetor Frederick Abberline. Acaba enforcado em 1903, condenado pelo envenenamento de três de suas amantes. As suspeitas sobre ele diminuem, pois não é comum um assassino variar tanto seu modus operandi.
Aaron Kosminski (1865-1919) – Nasceu na Rússia em 1865, Foi apontado por várias testemunhas por sua semelhança com as descrições feitas na época, porém nenhuma conseguiu confirmar quando fora colocada frente a frente com Kosminski. Kosminski encontra-se também com características de perfil assassino feitas por John Douglas e Robert Ressler, como falta de um emprego fixo e a morte do pai quando tinha apenas 8 anos.
Michael Ostrog (1833-1904) – As suspeitas atingem um certo Michael Ostrog – que seria Konovalov – um médico considerado louco, que conseguiu se livrar de várias condenações. Ostrog tem a reputação de bater em mulheres e de nunca se separar de seus instrumentos cirúrgicos. Um homem com as características de Ostrog foi assassinado num asilo para loucos, logo após a morte de uma mulher em Petrogrado. Por coincidência, essa mulher foi morta após a volta de Konovalov à Rússia. Provavelmente tenha morrido em 1904 mas esta data é considerada incerta.
John Pizer – Um judeu polonês que trabalhava como sapateiro em Whitechapel. Depois dos dois primeiros assassinatos, o sargento de polícia William Thick intimou Pizer a depor. Thick aparentemente acreditava que Pizer era o homem conhecido como “Leather Apron”, notório por cometer agressões contra prostitutas. No princípio dos crimes de Whitechapel muitos moradores locais suspeitavam que “Leather Apron” era o assassino. Pizer deixou de ser suspeito quando foi descoberto que durante um dos assassinatos ele estava na compania de um oficial de polícia enquanto ambos assistiam a um incêndio nas docas de Londres. Pizer alegou que Thick o conhecia há vários anos, e que sua prisão foi baseada em animosidade e não em evidências.
Dr. Francis Tumblety (1833-1903) – Outro médico suspeito teria sido o americano Francis Tumblety, que visitava Londres freqüentemente, odiava mulheres e costumava colecionar órgãos humanos, como úteros. Foi preso em Londres no dia 7 de Novembro de 1888 acusado de “atos indecentes” (aparentemente por práticas homossexuais), mas no dia 24 conseguiu fugir para a França.
Tumblety foi citado como sendo suspeito pelo então ex-Inspetor Chefe John George Littlechild da Polícia Metropolitana em uma carta ao jornalista e escritor George R. Sims datada de 23 de setembro de 1913.
William Henry Bury (1859-1889) – Tendo se mudado recentemente da Escócia para Londres, ele estrangulou sua esposa Ellen Elliot, uma ex-prostituta, em 5 de fevereiro de 1889, inflingindo cortes profundos em seu abdômem depois de ela já estar morta, a “encaixotando” em uma caixa de madeira a qual ele passou a usar como mesa de dominó. Bury seguiu sua vida normalmente por quase uma semana, antes de comunicar o crime à polícia em 10 de fevereiro.
Bury foi enforcado pouco depois em Dundee, após confessar o assassinato de sua esposa. Seria o último enforcamento a ser realizado na cidade.
Dr. Thomas Neil Cream (1850-1892) – O doutor Neil Cream envenenou quatro prostitutas com estricnina, e ficou conhecido como o “Envenenador de Lambeth”. Por esses crimes, é enforcado em 1892. No cadafalso, suas últimas palavras para o carrasco são: “Eu sou Jack, …”. Contudo, no momento dos assassinatos, Cream estava preso em Illinois, nos Estados Unidos. Absolvido pela Justiça norte-americana em julho de 1891, estava na Grã-Bretanha desde setembro. A situação complica-se quando Cream envolve no caso um sósia dele. De fato, anteriormente, para se defender num processo de bigamia, ele afirma que, na época dos crimes, estava detido em Sydney, na Austrália. O diretor da prisão confirma que um homem com as características de Cream esteve preso na instituição, o que basta para esclarecer as dúvidas. Obviamente, dois homens serviram-se mutuamente de álibis, e as derradeiras palavras de Cream ao carrasco teriam sido uma última demonstração de generosidade ao seu cúmplice.
Frederick Bailey Deeming (1842-1892) – Marinheiro que vivia em Sidney, Austrália, é preso na Inglaterra e declarado culpado em 15 de dezembro de 1887 de acusações de fraude. Passa quatorze dias na cadeia, fugindo para Cape Town, África do Sul. Não há registro de seu paradeiro entre março de 1888 e outubro de 1889 (época dos crimes). Em 11 de agosto de 1891 matou a esposa e os filhos enquanto eles dormiam cortando suas gargantas. Casou-se novamente no mesmo ano, assassinando sua nova esposa em 15 de dezembro de 1891 e a enterrando sob a casa que o casal alugara em Victoria, Austrália. É preso em 11 de março de 1892, julgado e sentenciado à forca.
Carl Feigenbaum – Preso em Nova York em 1884 por cortar a garganta de uma mulher. Depois de sua execução seu advogado alegou que Feigenbaum havia confessado seu ódio por mulheres e o desejo de matá-las e as mutilar. O advogado foi além, dizendo acreditar que Feigenbaum era Jack o Estripador. Esta teoria ganhou alguma atenção da imprensa na época, mas foi rebatida pelo sócio do advogado, e a tese não foi para lugar algum por mais de um século. O escritor Trevor Marriott, ex-detetive do departamento de homicídios da polícia britânica, afirma na segunda edição de seu livroJack The Ripper – The 21st Century Investigation, que Feigenbaum estava em Whitechapel na época dos assassinatos de Jack e que também foi responsável por crimes semelhantes nos Estados Unidos e Alemanha entre 1891 e 1894.
Robert Donston Stephenson (1841-1916) – Também conhecido como Roslyn D’Onston, era um jornalista e escritor conhecido por seu interesse em ocultismo e magia negra. Entrou como paciente no hospital Whitechapel pouco antes dos assassinatos começarem, saiu assim que terminaram. Tinha um interesse extremo pelos assassinatos, isso acabou levantando suspeitas sobre ele, porém o fato de não ter um histórico violento com mulheres acabou denotando incompatibilidade com um perfil assassino. Pode ter sido também um dos autores das cartas enviadas para os Jornais.
Suspeitos surgidos posteriormente
Joseph Barnett (1858-1926) – Amante de Mary Jane Kelly de 8 de abril de 1887 a 30 de outubro de 1888, quando brigaram e se separaram. Ele a visitou dias depois, supostamente para tentar fazer as pazes. Há suspeitas de que ele tenha sido rejeitado. Incluído na lista de suspeitos por ter sido desprezado por Kelly, embora alguns atribuam a ele os demais crimes. Seus depoimentos sobre o que Kelly disse a ele sobre sua vida constituem a principal fonte de informações sobre ela. A validade de suas declarações também foram colocadas sob suspeita.
Lewis Carroll (Charles Lutwidge Dodgson – 1832-1898) – escritor e matemático inglês do século XIX. Escreveu “Alice no País das Maravilhas”; indicado como suspeito por base em anagramas que o escritor Richard Wallace inventou para seu livroJack the Ripper, Light-Hearted Friend, que em geral não é levado a sério por outros estudiosos.
David Cohen – Um judeu polonês cujo encarceramento no asilo de Colney Hatch coincidiu com o término dos assassinatos. Descrito como violentamente anti-social, o morador pobre de East End foi sugerido como suspeito pelo escritor Martin Fido em seu livro The Crimes, Detection and Death of Jack the Ripper de 1987.
William Withey Gull (1816-1890) – Médico da Rainha Vitória. Foi considerado um dos suspeitos como parte da evolução da teoria da conspiração envolvendo a Família Real. Graças à popularidade desta teoria entre escritores, e por sua natureza dramática, Gull aparece como o Estripador em vários livros e filmes.
George Hutchinson – George Hutchinson era homem que foi visto saindo do quarto de Kelly na noite de seu assassinato, sua descrição era excepcionalmente detalhada – detalhes em demasia, algumas acreditam. A polícia naquele tempo interrogou-o várias vezes mas acabaram não o mantendo como um suspeito, existem até os que acreditam que as descrições feitas na época eram apenas para confundir ainda mais a polícia.
James Kelly – Era um esquizofrênico diagnosticado mas escapou do internato em 1888. Tinha-se mostrado capaz de assassinar com uma faca. Suas razões para assassinar sua esposa eram de que era uma prostituta e infectada. Seus movimentos depois que saiu de Broadmoor não podem ser verificados. Não há nenhuma prova que estava em Londres em 1888. Não há também nenhum outro assassinato que podem ser associado a ele por seus movimentos até 1927 quando aparentemente morreu de causas naturais.
James Maybrick (1838-1889) – Comerciante de Algodão em Liverpool, Envenenou a esposa e ficou preso por diversos anos quando acabou solto, em 1990 foi publicado o seu diário pessoal onde afirmaria ser ele o Estripador, porém nunca foi provado a autenticidade das publicações.
Alexander Pedachenko – Dizia ser um médico russo mandado como agente da Polícia Secreta da Rússia Imperial, a Okhranka, para cometer os crimes com o propósito de desacreditar as autoridades inglesas. Além de não haver evidências de que ele tenha cometido os crimes, não há nem mesmo provas de que Pedachenko existiu.
Walter Sickert (1860-1942) – Um artista alemão de ascendência holandesa e dinamarquesa. Originalmente citado como parte das diversas teorias conspiratórias envolvendo a família Real e então apontado como sendo o próprio Estripador pelos escritor Jean Overton Fuller e Patricia Cornwell. Sickert não é considerado um suspeito importante pela maioria dos estudiosos, e várias evidências mostram que ele estava na França na época dos assassinatos.
Joseph Silver – Em 2007 o historiador sul-africano Charles van Onselen afirmou, no livro The Fox and The Flies: The World of Joseph Silver, Racketeer and Psychopath, que Joseph Silver, um judeu polonês, era Jack o Estripador. Os críticos observaram que, entre outras coisas, Onselen nem mesmo prova que Silver estava em Londres na época dos assassinatos, e que a acusação não passa de especulação. Onselen respondeu dizendo que as circunstâncias envolvidas deveriam fazer de Silver um suspeito.
James Kenneth Stephen (1859-1892) – Era conhecido como lunático e também tinha conexões com o Príncipe Albert, outro suspeito. Sofreu problemas físicos e mentais sérios após um acidente em 1886/1887, seus poemas tinham conteúdo mórbido mas não há nada que indique que tenha tido experiências como um assassino.
Francis Thompson (1859-1907) – Era poeta, católico e visto por muitos como um fanático religioso.
Príncipe Alberto Victor – Foi indicado em vários livros ou como o próprio assassino ou como o mandante dos crimes, parte de um complô real para encobrir supostos erros da monarquia. Essas teorias foram descartadas por vários historiadores e pela maioria dos especialistas nos assassinatos do Estripador.
Sir John Williams – Amigo da Rainha Vitória e obstetra de sua filha, a Princesa Beatrice, foi acusado em um livro de 2005, Uncle Jack, escrito por um de seus descendentes, Tony Williams, em parceria com Humphrey Price. O autor afirma ter registros que mostram que todas as vítimas conheciam o médico pessoalmente, e discute que todas foram mortas e mutiladas numa tentativa de se descobrir as causas da infertilidade.
0 comentários:
Postar um comentário